Brasil faz 3 a 0 em Camarões e estreia com a mão direita na Rio 2016

Bicampeãs olímpicas mostram concentração, não se deixam abalar com a pressão, entram em quadra concentradas e não dão chances para africanas

Se existia grande expectativa em torno de uma das mais aguardadas estreias da Rio 2016, não ficou nenhuma dúvida que a seleção feminina de vôlei do Brasil chega às Olimpíadas de maneira arrasadora. Com a responsabilidade de quem carrega no peito a o peso de ser a atual bicampeã olímpica, a seleção brasileira entrou em quadra concentrada, com seriedade e tratando as adversárias de Camarões de igual para igual, apesar das africanas serem, em sua maioria, jogadoras amadoras. No Maracanãzinho, as meninas fecharam a partida em 3 sets a 0 (25/14, 25/21 e 25/13) e só pensam no próximo confronto contra a Argentina, para consolidar a liderança do grupo A do torneio olímpico e espantar definitivamente o fantasma de Londres 2012, quando o time verde amarelo, atual campeão daquele torneio, quase foi eliminado ainda na primeira fase da competição.

 

SELEÇÃO FEMININA COMEÇA BEM, JOGANDO SÉRIO E VENCEDNDO COM FOLGA

 

As atuais bicampeãs iniciaram a busca pelo tricampeonato olímpico, glória conquistada apenas pela seleção cubana na geração de Mireya Luis, Regla Bell e Regla Torres, com um ponto de Natália que aproveitou o contra ataque brasileiro e explorou o bloqueio camaronês. Rapidamente, o time da casa vencia por 5 a 0 sem dificuldades. Como a diferença técnica entre as equipes é enorme, as atletas tiveram que manter o nível de concentração elevado, já que as africanas jogam em times amadores. Mas como nos Jogos Olímpicos não pode haver preconceito e discriminação, o time brasileiro entrou em quadra atento desde o primeiro minuto. A oposta Sheilla, que passou a última temporada inteira no banco de reservas em seu clube na Turquia, precisava de ritmo de jogo e começou a buscar as jogadas logo nas primeiras bolas da partida. Bernardinho aproveitou para testar uma das novidades técnicas do time brasileiro para as Olimpíadas, a inversão conhecida como “cinco um”, onde o treinador troca a posição da levantadora e aumenta a marcação na rede, porém a diferença é que a ponteira Gabi funciona como coringa no time e, em diversos momentos, abre para a posição de oposta, para desespero dos adversários que não conseguem padronizar a marcação. Como não poderia deixar de ser, a seleção brasileira não encontrou dificuldades e, com mais um ponto de Natália, venceu o primeiro set por 25 a 14. Outro destaque do set de estreia foi a entrada da levantadora Fabíola que, depois do drama de ser cortada dias antes dos Jogos de Londres 2012, deu a luz ao seu primeiro filho no último mês de maio e teve que fazer um trabalho de recuperação intenso.

 

BRASIL RELAXA NO SET, MAS VENCE SEM SUSTOS

 

No segundo set, as brasileiras encontraram um pouco mais de dificuldade. Porém, se recuperaram e mais uma vez, sem maiores problemas, avançaram e aumentaram a diferença no placar. As donas do ouro olímpico durante quase todo o segundo set desenvolveram um jogo razoável, sem forçar as bolas, mas defendendo o suficiente para não passar nenhum sufoco na partida, apesar da seleção camaronesa ter encostado no placar, obrigando o  técnico José Roberto Guimarães a parar o jogo com um pedido de tempo técnico. A situação era tão curiosa que as africanas que jamais haviam passado dos 19 pontos em jogos contra o Brasil, conseguiram vinte e um, um feito histórico. Mas na deixada de Dani Lins, tirando a mão na hora de fazer o levantamento, o Brasil fechou a segunda passagem em 25 a 21 e dois sets a zero.

 

ZÉ ROBERTO TESTA JOGADAS E MUDANÇAS TÁTICAS NA EQUIPE

 

O técnico brasileiro resolveu mexer no time e promoveu três mudanças que não alteraram o esquema tático da equipe, mas que serviram para dar ritmo de jogo às atletas que estavam no banco de reservas. A coringa Gabi substituiu Sheilla na posição de oposta, Adenízia entrou no lugar da Fabiana e Jaqueline na vaga da Natália. O time retomou a concentração e voltou a administrar a vantagem no placar. Dani Lins deu lugar a Fabíola que abusou da variação de saques desmontando a defesa adversária. A levantadora passou a acelerar as bolas com Jaqueline e Gabi pelas pontas. Aliás, a jovem ponteira do Rio de Janeiro estava impossível e virou todas as bolas que chegaram à sua mão pela ponta ou pelo meio da rede. A partida terminou na bola de Fernanda Garay que as camaronesas pareciam querer levar para casa, tamanha a quantidade de toques que deram dando o ponto para as brasileiras que fecharam o set em 25 a 13.

 

No fim da partida, José Roberto Guimarães chamou a atenção para os erros que o time cometeu no segundo set e prometeu trabalhar o sistema defensivo.

 

- Jogamos bem no primeiro e no terceiro set. Em relação ao segundo tempos muito o que melhorar. Cometemos erros que não são normais, talvez por jogar em casa. Mas vamos trabalhar isso  para as próximas partidas, observou o técnico.

 

As meninas de ouro do Brasil voltam ao Maracanãzinho, às 22h35m, de segunda-feira, dia 8, para enfrentar a Argentina, em jogo pela segunda rodada do grupo A.

 

FICHA TÉCNICA:

 

Brasil 3 x 0 Camarões

Local: Ginásio do Maracanãzinho

Data: 06 de agosto de 2016 (Sábado)

Horário: 15h00m (de Brasília)

 

Centrais

Adenízia

Fabiana

Juciely

Thaisa

 

Levantadoras

Dani Lins

Fabíola

 

Libero

Léia

 

Oposta

Sheilla

 

Ponteiras

Fê Garay

Gabi

Jaque

Natália

 

Técnico: José Roberto Guimarães

 

 

 

 

  MEDALHA OURO PRATA BRONZE TOTAL
   PAÍS
1 E.U.A 46 37 38 121
2 GRÃ-BRETANHA 27 23 17 67
3 CHINA 26 18 26 70
4 RÚSSIA 19 18 19 56
5 ALEMANHA 17 10 15 42
6 JAPÃO 12 8 21 41
7 FRANÇA 10 18 14 42
8 CORÉIA DO SUL 9 3 9 21
9 ITÁLIA 8 12 8 28
10 AUSTRÁLIA 8 11 10 29
11 PAÍSES BAIXOS 8 7 4 19
12 HUNGRIA 8 3 4 15
13 BRASIL 7 6 6 19
14 ESPANHA 7 4 6 17
15 QUÊNIA 6 6 1 13
16 JAMAICA 6 3 2 11
17 CROÁCIA 5 3 2 10
18 CUBA 5 2 4 11
19 NOVA ZELÂNDIA 4 9 5 18
20 CANADÁ 4 3 15 22
21 UZBEQUISTÃO 4 2 7 13
22 CAZAQUISTÃO 3 5 9 17
23 COLÔMBIA 3 2 3 8
24 SUÍÇA 3 2 2 7

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