Bate e pronto! Sem dificuldades, seleção feminina de vôlei derrota a Argentina por 3 a 0

Com grande atuação de Sheilla, meninas do Brasil não dão chance para hermanas e mostram variedade de jogadas, em partida que pareceu um treino de luxo

Segue o baile. Com uma apresentação impecável, as meninas de ouro do Brasil continuam imbatíveis no torneio olímpico de vôlei feminino da Rio 2016. Rapidamente, as atuais bicampeãs olímpicas despacharam as argentinas por 3 sets a 0 (25-16, 25-19, 25-11) na busca pelo tricampeonato consecutivo, algo que apenas a geração cubana de Mireya Luis conquistou. Com grande atuação da líbero Léia e da oposta Sheilla, destaque da partida com 14 pontos, a seleção brasileira administrou bem a partida e fez uma espécie de treino coletivo de luxo contra as “hermanas”, debutantes em disputas olímpicas. A levantadora Dani Lins abusou das jogadas de meio de rede e, mesmo mostrando um jogo mais lento, afinal, foram poucas jogadas de ultrapassagem, não deu chance para as adversárias.

 

PRIMEIRO SET COMEÇA DURO, MAS BRASIL IMPÕE SUA QUALIDADE E FECHA SEM SUSTOS

 

Logo no inicio do primeiro set as argentinas mostraram que queriam endurecer o jogo. Apesar das brasileiras terem aberto uma pequena vantagem, logo as “hermanas” reagiram e empataram a partida. Mesmo com Natalia errando algumas bolas no início, Sheilla acertou a mão e logo o Brasil abriu uma bela vantagem que permitiu as meninas de Zé Roberto Guimarães administrar o placar sem maiores problemas. Diferente do futebol, o advento do desafio eletrônico é permitido no vôlei, assim não ficam dúvidas se as bolas entraram ou saíram ou em relação a supostos toque de rede que podem ter acontecido. O técnico argentino solicitou o desafio para saber se houve toque brasileiro na rede, o que as imagens comprovaram não ter acontecido, dando o ponto às donas da casa. As adversárias defendiam bem, o que deixou alguns pontos bem disputados, mas a aplicação tática da seleção brasileira fazia a diferença. Algumas disputas passaram dos 30 segundos, algumas vezes com ponto para o Brasil, outras vezes com pontos para a Argentina. Mas a diferença técnica entre as equipes pesou e com um ataque cruzado da ponteira Natalia, o Brasil fechou o primeiro set com o placar de 25 a 16.

 

ARGENTINA TENTA RESISTIR, MAS VOLUME DE JOGO DAS BICAMPEÃS OLIMPICAS SE SOBRESAI

 

O segundo set começou da mesma forma que terminou o primeiro, com as argentinas querendo endurecer a partida, mas com as meninas brasileiras impondo sua qualidade técnica e tática sobre as adversárias, o que se refletia no placar, com a diferença de pontos aumentando gradativamente. Ainda na primeira parte do segundo set o técnico brasileiro solicitou um desafio para saber se o ataque de Natalia havia sido fora como marcou a arbitragem. A “marcha imperial” do filme Star Wars, musica que toca no sistema de som do ginásio enquanto as imagens são analisadas, tomou conta do ambiente e confirmou que o ataque da ponteira brasileira realmente foi para fora. O técnico “hermano”, fazia substituições, inversões táticas e tentava buscar opções para quebrar a sequência de pontos das donas da casa, mas a distribuição de jogo de Dani Lins, a variação de jogadas de Fê Garay e os ataques precisos de Sheilla, que no ultimo ponto do set “achou” uma batida que a bola correu sobre a rede a caiu caprichosamente no canto da quadra argentina, fechando a passagem em 25 a 19.

 

JOSÉ ROBERTO MEXE NO TIME E COLOCA RESERVAS PARA GANHAR RITMO

 

Um belo rally foi o cartão de visitas do último set. uma bela troca de bolas terminou com o ponto brasileiro. Logo em seguida, em outra troca de bolas, o time hermano se posicionou para atacar e esqueceram de defender, a bola passada de graça pelas brasileiras caiu e foi ponto do Brasil. Apesar do placar dilatado, as meninas do Brasil não tiveram moleza, pois as argentinas defendiam muito bem e cada ponto conquistado era bem trabalhado. À partir da metade do set, o técnico brasileiro fez diversas mudanças no time brasileiro para dar ritmo de jogo para as atletas que estavam no banco de reservas, o que mostrou ainda mais a força do grupo formado pelas atletas brasileiras. Nomes como Gabi, Thaysa, Jaqueline e Fabíola saíram do banco para pegar ritmo de jogo para as próximas partidas contra Japão, Coreia do Sul e Russia. E foi justamente com um ataque da ponteira Gabi que as meninas fizeram 25 a 11 no terceiro set e fecharam o jogo por 3 sets a 0.

 

José Roberto Guimarães revelou que preferiu poupar a central Thaysa, que volta de contusão. – A Thaysa treinou meia hora batendo forte ontem, fez o aquecimento batendo forte hoje, mas, mesmo assim, preferi preservá-la – disse.

 

O treinador falou também sobre os treinos do setor defensivo do time. – A gente tem batido muito na tecla do sistema defensivo. É o que mais treinamos. Essa relação bloqueio e defesa junto com os contra-ataques tem que ser muito bem trabalhada e elas estão entendo bem o que pedimos e tem se dedicado muito nos treinamentos. Teremos um jogo de mais volume contra o Japão, onde vamos precisar atacar duas ou três bolas para conquistar os pontos e nosso treino defensivo será fundamental para vencer essa partida daqui a dois dias. – afirmou Zé Roberto, que após o jogo comemorou os 24 anos da conquista da medalha de ouro com a seleção masculina, em Barcelona 92.

 

Destaque da partida com 14 pontos, a oposta Sheilla falou sobre a energia da torcida e o ritmo de treinamentos na variação de saque que vem apresentando. – O somatório da energia da torcida com a nossa vontade de conquistar essa Olímpiada é muito forte. Nem sempre a gente joga em grandes ginásios e se jogamos temos que fazer o nosso melhor. Tenho trabalhado muito para tentar dar o melhor de mim, estou trabalhando a variação do saque para poder pegar o tempo de distribuição de cada bola, o que vai se ajustando com os treinos e com os jogos. Felizmente, tudo está dando certo – festejou a oposta.

 

As meninas de ouro do Brasil voltam ao Maracanãzinho, às 22h35m, da quarta, dia 10, quando enfrentam a Japão.

 

FICHA TÉCNICA:

 

Brasil 3 x 0 Argentina

Local: Ginásio do Maracanãzinho
Data: 8 de agosto de 2016 (Segunda)
Horário: 22h35m (de Brasília)

 

Centrais
Adenízia
Fabiana
Juciely
Thaisa

 

Levantadoras
Dani Lins
Fabíola

 

Libero
Léia

 

Oposta
Sheilla

 

Ponteiras
Fê Garay
Gabi
Jaque
Natália

 

Técnico: José Roberto Guimarães

  MEDALHA OURO PRATA BRONZE TOTAL
   PAÍS
1 E.U.A 46 37 38 121
2 GRÃ-BRETANHA 27 23 17 67
3 CHINA 26 18 26 70
4 RÚSSIA 19 18 19 56
5 ALEMANHA 17 10 15 42
6 JAPÃO 12 8 21 41
7 FRANÇA 10 18 14 42
8 CORÉIA DO SUL 9 3 9 21
9 ITÁLIA 8 12 8 28
10 AUSTRÁLIA 8 11 10 29
11 PAÍSES BAIXOS 8 7 4 19
12 HUNGRIA 8 3 4 15
13 BRASIL 7 6 6 19
14 ESPANHA 7 4 6 17
15 QUÊNIA 6 6 1 13
16 JAMAICA 6 3 2 11
17 CROÁCIA 5 3 2 10
18 CUBA 5 2 4 11
19 NOVA ZELÂNDIA 4 9 5 18
20 CANADÁ 4 3 15 22
21 UZBEQUISTÃO 4 2 7 13
22 CAZAQUISTÃO 3 5 9 17
23 COLÔMBIA 3 2 3 8
24 SUÍÇA 3 2 2 7

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