Brasil não resiste à força de defesa americana e perde a primeira no vôlei

Em noite inspirada de Russel e Christenson, americanos derrotam os brasileiros por 3 sets a 1 e renascem no torneio masculino de vôlei da Rio 2016

 

Bem que o time de Bernardinho tentou, mas a noite era mesmo americana. Depois de perder as duas primeiras partidas no torneio masculino de vôlei da Rio 2016, a seleção dos Estados Unidos bateu o Brasil por 3 sets a 1 (25-20, 25-23-20-25 e 25-20) na noite desta quinta, 11, no Maracanãzinho e renasceu dentro do torneio. Como estavam em situação delicada na tabela, os campeões olímpicos de Pequim partiram para cima dos campeões de Atenas. Com uma grande atuação do ponteiro Russel e do levantador Christenson, que estava em uma noite de defesas inspiradas e distribuição de bolas perfeitas.  O técnico brasileiro bem que tentou brecar as investidas dos estrangeiros, mas o time da casa errava na recepção e não conseguia fazer frente na hora da decisão. Para piorar, os atletas brasileiros se mostraram muito nervosos na hora de decidir as bolas e mesmo fazendo frente nos sets, vacilavam no final e viram a invencibilidade ir embora. Agora, os comandados de Bernardinho miram no jogo contra a Itália, líder do grupo, no próximo sábado.

 

AMERICANOS MOSTRAM ATITUDE E VENCEM O PRIMEIRO SET

 

A primeira bola do jogo mostrou que a partida seria bastante disputada. Os times trocaram vários toques até o bloqueio brasileiro que marcou o primeiro ponto. Porém, os americanos acertaram os contra-ataques e abriram 4 a 1, obrigando Bernardinho a parar o jogo antes do quinto ponto. O que deu resultado, fazendo o time da casa reagir. Como o jogo era quente, o técnico do Brasil solicitou o desafio eletrônico que confirmou o toque do bloqueio americano e a bola para o time da casa. O sétimo ponto americano foi o mais disputado do set, até então, o que não é muito comum nos jogos de vôlei masculino, por causa da força dos atletas. Mas como as duas equipes possuem sólidas defesas, a bola fica em disputa mais tempo. As equipes seguiram forçando o jogo. Os brasileiros estavam bem de bloqueio e recepção, mas falhavam no saque, o que permitiu os americanos abrirem uma vantagem de 4 pontos. No ultimo terço da passagem, o técnico americano venceu dois desafios em relação às marcações do árbitro. Primeiro, no ataque dos visitantes, a bola pegou no cantinho da linha e no segundo houve um toque no bloqueio brasileiro que havia passado batido pelo juiz de linha. Bernardinho tentava achar uma solução para empatar a passagem. O técnico colocou Evandro no lugar de Bruninho para aumentar o bloqueio de rede brasileira e, depois, William completou a inversão conhecida como “cinco um”. Fazendo seu melhor set na competição, os americanos exploraram os bloqueios brasileiros e na bola para fora, fecharam em 25 a 20.

 

PONTEIRO RUSSEL CRESCE E AMERICANOS ABREM 2 A 0

 

Abusando da força no saque o time dos Estados Unidos começou arrasador no segundo set. Tudo dava certo para os visitantes naquele momento. A recepção brasileira deixava a desejar e o adversário explorava bem esse problema, forçando os saques. Isso, sem contar a bela distribuição de jogadas do levantador Christenson que variava as bolas com perfeição e complicava a vida dos campeões olímpicos de 2004. Bruninho por sua vez não ficava atrás e abria as bolas nas pontas para dar trabalho aos adversários. O set foi caminhando com uma bola pra lá e outra bola pra cá, com os donos da casa, um ponto a frente no placar. Russel atacou no corredor e a bola foi para fora, mas o árbitro pegou o toque na rede brasileira e no saque seguinte, houve o empate americano. Mas o Brasil estava valente e não desistia. Com belo ataque de Wallace passou a frente de novo. No ataque americano, um lance curioso. A bola pegou no antebraço de Willian e saiu. O atleta brasileiro se acusou, mas o desafio eletrônico havia sido solicitado e confirmou aquilo que todo mundo já sabia, para desespero de Bernardinho que, mesmo após o reinicio da partida, seguia fazendo sinais de que não havia pedido o desafio. Bola disputada na rede e no bloqueio duplo, Lucão colocou no chão e a seleção brasileira abria 22 a 20 em um momento difícil do set, que fez John Speraw, técnico do time campeão de 2008, parar ao partida e pedir o tempo técnico. A bola não caia. Mesmo com um duplo ataque de Lucarelli, os americanos defenderam bem e não deixaram o ponto ser finalizado, então no ataque brasileiro, Lucão soltou o braço e parou no bloqueio. A defesa americana se ajustou à marcação de ataque brasileiro e bloqueou mais um ataque do Brasil na bola de Evandro. Ace e set point americano. O ponteiro Russel, que fazia uma grande partida, recebeu a bola, passou ao levantador e atacou de trás da linha dos três metros para fechar o segundo set em 25-23 para o time americano que abriu 2 sets a 0 no placar.

 

MAURICIO SE DESTACA E BRASIL DIMINUI

 

A terceira passagem começou com um Brasil mais determinado e com os americanos sonolentos. Rapidamente, os placar estava marcando 5 a 1 e o técnico americano parou o jogo no tempo técnico na esperança de fazer seu time reagir. Deu certo, os estrangeiros esboçaram uma reação, mas Lucarelli e Wallace entraram na partida e cravando todas as bolas. Resultado? Brasil 10 a 5 e novo tempo técnico dos americanos. No saque, ace brasileiro e desafio eletrônico solicitado pela comissão técnica dos adversários. A imagem confirmou bola cravada em cima da linha de fundo para delírio da torcida no Maracanãzinho. Quando os Estados Unidos marcaram o décimo ponto, o Brasil pediu o desafio eletrônico para verificar uma invasão por cima do americano. A mesa de conferência se atrapalhou, analisou o lance errado e rejeitou o desafio brasileiro, para desespero de Bernardinho que foi à loucura na beira da quadra. O técnico enlouqueceu dizendo que a mesa analisou o lance errado, mas o jogo seguiu e a bola foi confirmada para a esquipe da América do Norte. Na sequência, dois pontos americanos e tempo técnico para dar uma esfriada no jogo, funcionou e o levantador que estava sacando muito errou, dando o ponto de graça para o time canarinho. Discreto nos primeiros sets, o ponteiro Mauricio cresceu na segunda metade do set, viando todas as bolas que caiam na sua mão. No penúltimo ponto, com set point para o Brasil, um rally de quase um minuto entre as equipes, mas que terminou com ponto americano. Na sequencia, toque na rede e ponto brasileiro que fechou a passagem em 25 a 20.

 

NO DUELO DE LEVANTADORES, MELHOR PARA O AMERICANO

 

Dois a um no placar e os americanos precisavam vencer o quarto set para garantir os primeiros três pontos nas Olimpíadas, já que haviam perdido os dois jogos anteriores e uma vitória por 3 a 2 garantem apenas dois tentos para o vencedor. O clássico que em outros tempos se caracterizou pelas jogadas de ataque, atualmente, se destaca pela força defensiva dos times. É impressionante o que defendem os levantadores Bruninho e Christenson e os líberos Serginho e Shoji, principalmente o americano que chegou a recuperar uma bola no meio do banco de reservas americano. O volume de jogo dos Estados Unidos cresceu muito contra o Brasil e os atletas se impuseram para enterrar de vez a péssima estreia com derrota para o Canadá. Russel fazia grande atuação e virava todas as bolas e a vantagem da turma do Tio Sam se mantinha na casa dos dois ou três pontos. Bernardinho colocou Lipe em quadra. O time cresceu e passou a buscar mais o jogo. A seleção americana se garantia nas defesas e sacava como nunca.  O ponteiro Sander acertou uma pancada no líbero Serginho que chegou a cair em quadra, coisa rara. Mais uma vez, Anderson virou uma bola explorando o bloqueio brasileiro e conquistando o ponto do jogo. Com o ataque de Lucão para fora, os americanos fecharam o set em 25 a 20 e a partida em 3 sets a 1.

 

A seleção brasileira masculina de vôlei volta à quadra no próximo domingo, dia 13, às 22h35m, no mesmo Maracanãzinho para enfrentar a Itália. Os europeus lideram a chave A do torneio com três vitórias seguidas.

 

FICHA TÉCNICA:

 

Brasil 1 x 3 Estados Unidos

Local: Ginásio do Maracanãzinho

Data: 11 de agosto de 2016 (quinta)

Horário: 22h35m (de Brasília)

 

Levantadores

Bruninho (Modela/Itália)

William (Sada Cruzeiro)

Raphael (Funvic/Taubaté)

 

Opostos

Wallace Souza (Sada Cruzeiro)

Evandro (Suntory/Japão)

Wallace Martins (Brasil Kirin)

 

Centrais

Lucão (Modela/Itália)

Isac (Sada Cruzeiro)

Sidão (Sesi-SP)

Éder (Sada Cruzeiro)

Maurício Souza (Brasil Kirin)

 

Ponteiros

Murilo (Sesi-SP)

Lucarelli (Funvic/Taubaté)

Lipe (Funvic/Taubaté)

Lucas Lóh (Brasil Kirin)

Douglas (Sesi-SP)

 

Líberos

Serginho (Sesi-SP)

Tiago Brendle (Brasil Kirin)

 

Técnico: Bernardinho

  MEDALHA OURO PRATA BRONZE TOTAL
   PAÍS
1 E.U.A 46 37 38 121
2 GRÃ-BRETANHA 27 23 17 67
3 CHINA 26 18 26 70
4 RÚSSIA 19 18 19 56
5 ALEMANHA 17 10 15 42
6 JAPÃO 12 8 21 41
7 FRANÇA 10 18 14 42
8 CORÉIA DO SUL 9 3 9 21
9 ITÁLIA 8 12 8 28
10 AUSTRÁLIA 8 11 10 29
11 PAÍSES BAIXOS 8 7 4 19
12 HUNGRIA 8 3 4 15
13 BRASIL 7 6 6 19
14 ESPANHA 7 4 6 17
15 QUÊNIA 6 6 1 13
16 JAMAICA 6 3 2 11
17 CROÁCIA 5 3 2 10
18 CUBA 5 2 4 11
19 NOVA ZELÂNDIA 4 9 5 18
20 CANADÁ 4 3 15 22
21 UZBEQUISTÃO 4 2 7 13
22 CAZAQUISTÃO 3 5 9 17
23 COLÔMBIA 3 2 3 8
24 SUÍÇA 3 2 2 7

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